E no meio dos estudos, lendo uma ou outra coisa sobre Direito Previdenciário, a imaginação começa a fluir para momentos da nossa própria história e ficamos a pensar em como teria sido isso ou aquilo caso certas decisões ou oportunidades tivessem surgido em nossa vida...
Peguei um artigo agora que remete a uma situação de obras longe do local de moradia. O que o pessoal chama de vida no trecho. Em outras palavras, é aquela obra distante onde você vai e fica morando por lá, em república ou coisa parecida, e só volta de vez em quando para casa...
Dizem que quem trabalha assim sofre demais de saudade, mas também que não consegue mais deixar essa vida.
Têm os problemas.
Saudade, como já falei antes.
Viver em república, com gente com quem você pode até ter brigado durante o dia ou outros que não lhe são nada agradáveis.
Ter que lidar com as coisas domésticas, como lavar roupa (se bem que isso acontece em casa também)
Ter como amigos locais somente as pessoas da obra.
Não ter como descansar, já que finais de semana podem ser considerados dias de trabalho. Se não estiver no canteiro de obras no sábado, vai estar falando da obra em algum outro lugar...
Mas não querem deixar...
Porque há o sentimento de estar erguendo algo em um lugar onde poucas pessoas vão.
Da liberdade.
Dos churrascos e das besteiras constantes.
Das amizades que se fortalecem nas dificuldades do dia a dia.
Não vivi essa realidade, então não posso dizer muita coisa dela. Mas é possível que, se tivesse vivido, alguns conceitos e sentimentos que possuo poderiam estar complemente revirados hoje.
E bem provável que eu me sentiria vazio.
