Páginas

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vida em República

Vida em república é uma ótima experiência de vida. Não apenas aprendemos a dividir as coisas, como também a ter mais responsabilidades e mais independência.

No outro blog, http://aenobe.blogspot.com, há algumas histórias do tempo de república, na famosa Toca do Tatu. Bons tempos aqueles, apesar das roupas lavadas à mão no tanque, dos ataques do Lokinho vizinho nosso, dos dias em que dormia com o colchão direto no chão e dos meses em que a grana ia curta e vendíamos o almoço para pagar a janta...

Viver em república pode ter todas as suas desvantagens, como não ter privacidade, ser acordado no meio da noite por algum colega que foi numa balada e não consegue colocar a chave na porta e fica batendo à sua janela ou simplesmente ser incomodado a todo momento por alguém (ou fazer isso com seus colegas), mas o que fica, anos depois, são boas lembranças e bons divertimentos, além de longas horas de papos nas rodas de amigos no futuro.

Não tenho muito o que reclamar da Toca. Os churrascos, os almoços, os amigos reunidos, as horas de estudo, os duentes e as lendas, aquela república deixou saudades mesmo. Pena que alguns dos membros ficaram um pouco cabeça-duras, mas isso faz parte da vida.

E se você nunca morou numa república... bom, tudo tem seu tempo, e algumas vezes esse tempo pode ter passado para você... portanto, nem pense em tentar... mas se quiser...

E se acha que já passou mesmo e até se arrepende por não ter tentado... por quê não tira do que já viveu algumas boas lições de vida?

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Agora...

Agora...

Bateu uma tristeza de repente,
Uma solidão entristecida,
Uma dor apertada,
Um rolar de lágrima despercebido.

Uma falta de um abraço,
Um carinho, um ombro amigo,
Uma sensação de vazio,
Uma sensação de abandono,
Um nada imaterial...

Agora ao apagar das luzes
Chegou um vento forte, frio,
Silencioso, sem cor,
Águas frias de um rio...

Quando te encontrarei?
Quando vou sorrir?
Já se sentiu assim?
Já sentiu esse aperto
Tão de repente?

Amanhã será diferente, eu sei,
Enfrentarei o novo dia novamente,
Derrubarei algumas paredes,
Escalarei alguns muros,
Vencerei alguns obstáculos,
Essa é a vida
E talvez nem lembre do que estou sentindo
Agora...

Mas essas horas em que rolamos na cama
A cabeça explode de pensamentos,
Momentos, sabores, amores,
Felicidades de um tempo,
Felicidades que eu lembro
Agora...

Só agora...

Quanto tempo vou levar
Para viver a todo momento
Os sabores dos amores?

Tempo ao tempo
E talvez não haja mais
Tempo...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A Lei Seca 2



Como disseram meus colegas do OndeVamo, deve ser uma campanha viral... eu mesmo ter recebido esse email umas 4 vezes, 3 de diferentes fontes... email repetido do ondevamo não conta...

Nóis cabota mas num cái...

domingo, 27 de julho de 2008

Sobre Nuvens

Eu escrevi esse conto imaginando-me como uma criança, com as lembranças da infância, com lembranças e memórias, com flashes que não me pertencem.

E, construído desta maneira, mostra a maneira que às vezes eu me pego olhando para o céu, para as nuvens, deixando minha imaginação voar, formando figuras à vontade no quadro azul.

Se é apenas um sonhador ou uma atividade inútil, cada um é que julga isso a seu bel prazer. O fato é que ainda faço isso nas raras vezes que olho para o céu. Porque sei que sempre é tempo para apreciar um pouco nosso mundo.

Nuvens

Nuvens

Eu gosto das nuvens. Tem branca, cinza, rosada, azulada... uma mais bonita que a outra. Eu lembro daquele dia... quando foi? Era no campinho... era piquenique... eu corria, corria pelo campinho... depois lá estava eu, deitado na grama, tomando sol... muito quentinho... gostoso... e as nuvens formando desenhos no céu... aquele ali parece um cavalo... a cabeça virada, as patas pulando uma moita... aquele ali parece um cachorro deitado... e ali a cabeça de um palhaço... acho que dormi sem saber e sonhei com as nuvens, nuvens brancas, nuvens cinzas, nuvens rosas, nuvens azuis... era legal, era divertido... depois acordei na minha cama, já era noite, tudo escuro... não gosto da noite, não dá pra ver as nuvens, é chato... mas acho que dormi de novo, porque quando acordei de novo já era dia... o sol entrando pela janela, as nuvens lá fora... as nuvens formando desenhos lá no quadro azul... um anjo, um homem de branco, uma mulher... de repente começa a chover... gosto de chuva forte, com trovão, raio, barulho... parece que as nuvens tão caindo... mas nunca chegam... dá medo... mas eu gosto de chuva...

Não gosto da árvore que tem no quintal. Os galhos ficam escondendo as nuvens da minha janela... mas acho que papai mandou cortar, porque agora não tem mais nenhuma folha lá fora... gosto do papai... ele aparece sempre, fica contando histórias para eu dormir... mamãe também aparece, me enche de beijos... acho legal a turminha da rua, a gente sempre brinca, é legal... mas gosto mais de ficar vendo as nuvens, imaginando que outro desenho o céu vai desenhar. Teve outro dia que a lua apareceu, era final de tarde, e uma nuvem parecia um anjo segurando a lua, parecia mesmo... foi muito legal... Papai do céu deve ser criança, ficando desenhando lá no céu... mamãe fala que eu não devia falar assim, porque Papai do céu vai ficar bravo, que vai me castigar se continuar falando assim... não sei porque, eu não falo por mal, gosto do Papai do céu, é melhor que televisão... mamãe não gostou disso e ficou brava... nem falei mais disso... mas o padre veio outro dia em casa, falou que eu estava certo, que Papai do céu era criança também, que desenhava para mim, para as crianças... gosto do padre, ele fica contando um monte de histórias, fala que um dia vou encontrar Papai do céu e vou poder brincar com Ele... mamãe não gosta muito disso, fica falando que o padre fica me enchendo dessas histórias, que eu ainda preciso me formar, que preciso casar... eu não quero casar, quero brincar...

Brincar igual o Zezinho... ele não pára para nada, fica brincando o dia inteiro... nem vai pra escola... eu também não vou, mas fico na creche... mas agora não fico porque papai e mamãe ficam em casa... é férias, parece... eu gosto de ficar em casa assim, com todo mundo... acordar de manhãzinha e ver o sol batendo na janela... parece que o quarto vira outro mundo, as coisas ficam de outra cor... não é igual de noite, quando tudo é escuro... é legal ver uns raios entrando... é legal também quando tomo banho bem quente... parece que as nuvens tão aqui em baixo... será que é bem quentinho lá em cima?

Não sei porque mamãe fica o tempo todo chorando... mas finge que não... eu queria fazer alguma coisa mas nem sei o que fazer... quando penso nisso sempre fecho os olhos e durmo...

Nem sei por quanto tempo dormi, só sei que quando acordei tinha um menino no meu quarto, desenhando... era meu amigo... peguei um lápis de cor e comecei a desenhar junto com ele... gosto de desenhar... igual o Papai do céu... igual o meu amigo...

22/11/03

sábado, 26 de julho de 2008

Aprendendo a Andar de Bicicleta


Aeretes tinha quatro anos quando ganhou sua primeira bicicleta. Uma bicicleta com quatro rodas, mas uma bicicleta. E como aquele brinquedo inspirava liberdade! O vento, lento vento, batendo contra o rosto, a velocidade, lenta velocidade, com que as tábuas da cerca corriam para trás, a sensação de conquistar novos espaços, novos territórios. Agora era ele quem corria na frente e seu cachorro ia atrás, nunca mais seria o contrário, nunca mais ficaria para trás. Estava feliz como nunca antes estava e permaneceria assim para sempre.

E para sempre acabou uma semana depois, quando viu a bicicleta que seu irmão ganhou. Maior, duas rodas, reluzia no sol de janeiro. Aeretes viu a bicicleta de seu irmão correr a rua, cruzar a rua, voar na rua. Aquilo era uma máquina, uma máquina envenenada. Mas ele não queria demonstrar sua insatisfação. Queria mostrar que ainda gostava de sua bicicleta de quatro rodas. Tinha quatro rodas, era melhor que a do seu irmão, que só tinha duas. Não era ainda rápido porque não era mais velho, mas quando fosse, ele iria ver como ia correr. Mas não se enganava tão fácil, queria mesmo aquela máquina de duas rodas.

Num final de tarde decidiu, iria pilotar aquela máquina de duas rodas, sem falar nada para ninguém, sem pedir nada para ninguém. Empurrou a bicicleta até a rua, bem próximo de uma escadaria. Subiu um degrau e colocou o pé esquerdo no pedal esquerdo da máquina, usando o outro pé para dar um impulso. Não tinha nem altura para alcançar o selim, mas sentar-se era o que menos pretendia naquele momento: queria mesmo era domar aquela máquina.

E impulsionava seu corpo para frente e tentava pedalar. Quando notava que ia perder o equilíbrio logo apertava o breque e colocava o pé direito no chão, tomando todo cuidado para não cair. Não podia chegar em casa todo machucado nem arranhar a bicicleta do seu irmão. Voltava para a escadaria e repetia tudo de novo, pé esquerdo no pedal esquerdo, impulso com o pé direito, pedalando em pé na bicicleta, apertando o breque quando notava que perdia o equilíbrio, pé direito no chão, empurrando a máquina de volta à escadaria.

Incontáveis foras as vezes que Aeretes tentou e, antes do sol se pôr, ele conseguiu erguer e descer seu pé esquerdo junto com o pedal esquerdo, e o mesmo com o direito, e ganhava a rua, e ganhava equilíbrio, e conseguia fazer uma curva, o guidão lutando para virar-se contra ele e ele forçando-o a permanecer na mesma direção para voltar, pedalando, até a escadaria. E conseguiu!

Uma explosão! Era o que estava sentindo por dentro. Uma tremenda de uma explosão. Tinha conseguido dominar a máquina, a fera! Ele, quatro anos, tinha conseguido pilotar a bicicleta de duas rodas! Voltou correndo para casa para contar a novidade. Falou tudo, contou para o pai, fez festa para a mãe, comentou com o irmão enquanto ele assistia televisão, o que foi melhor, pois assim não apanharia por ter pego a sua bicicleta.

Mas ninguém lhe deu atenção. Legal, muito bom. Não entendiam que aquele simples auto aprendizado de andar de bicicleta significava muito para o Aeretes. Não o próprio aprendizado, mas o que ele havia passado para aprender, desde o momento em que decidira pegar a bicicleta de duas rodas e pedalar até o momento que conseguiu sair da escadaria e retornar, sem colocar os pés no chão. Ninguém entendia que o que fez era muito mais que uma conquista pessoal, era também um caminho de um guerreiro, o auto aperfeiçoamento constante. E isso o pequeno Aeretes também não entendia.

Voltou com a grande bicicleta para a escadaria e voltou a repetir a experiência. Conseguia facilmente pedalar e voltar até o ponto de partida, sem colocar os pés no chão, mas não tinha mais a mesma graça. Não gostava mais daquela máquina. E voltou empurrando-a até o quintal de casa. Não tinha mais graça alguma aquilo ali.

E nunca mais Aeretes pedalou, pois todo o esforço que demonstrou foi ignorado. De que valia fazer uma coisa se ninguém dava valor? Aeretes poderia ter sido diferente se apenas uma palavra de compreensão, naquele dia, tivesse sido dirigida a ele. E muitas coisas poderiam ter sido diferentes desde então.

18/05/04

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A Música da Vida


Everton nasceu surdo. Na infância já conseguia “escutar” através das vibrações e dos movimentos labiais. Na adolescência, dominou a linguagem corporal. Adulto, ganhou a vida em empregos onde ser surdo era uma bênção. Aposentado, ganhou muito dinheiro em cassinos, pois conseguia saber quando parar e quando apostar tudo apenas observando as pessoas ao redor. E agora, no leito de morte, olhava para o teto, onde um anjo movimentava os lábios. Então, Everton falou:

-Queria escutar os sons da minha vida...

E assim o anjo permitiu.

Everton levantou-se da cama e escutou o cobertor deslizar. Em som suave, bem leve e rápido. Ao colocar os chinelos, percebeu que os mesmos faziam um som de “casa”, apesar de nunca ter ouvido um antes. Era relaxante. Levantou-se e tudo ia tornando-se um novo mundo: o rangido da cama, o tiquetaquear do relógio, os grilos no jardim, o vento correndo pelas ruas da cidade, os veículos distantes, as vozes na televisão, os cachorros da vizinhança, sua própria respiração. A música de casa.

Caminhou até a porta e a abriu devagar, fazendo uma cara feia. Ah, era por isso que jogavam óleo nas dobradiças. Pisou no corredor, não ouvindo nada ao tocar no carpete vermelho. Não era um som, era a falta dele, que aquele carpete produzia ao pisarmos nele. Continuou andando, e terminou num cassino, num cassino onde costumava jogar. Pessoas falando ao mesmo tempo, mas não uma mais alto que a outra, sons de cartas batendo contra mesas, fichas sendo arrastadas e puxadas sobre superfícies verdes, risos, gritos contidos, o bater de gelo contra o vidro de copos. A música do dinheiro.

Havia um elevador ao seu lado e Everton resolveu entrar. Apertou alguns botões (som de teclado, lembra trabalho) e as portas fecharam-se. Uma música suave tocava lá dentro. Notas harmônicas, uma paz na sua alma. Um instrumento por vez, na mesma suavidade, na mesma tranqüilidade. Sim, a música era realmente divina. Então, uma agitação, os instrumentos começam a tocar com maior velocidade, um parecendo atropelar outro, os olhos de Everton atentos, seu espírito está em estado em alerta, tudo isso vendo apenas sua imagem no espelho do interior do elevador. Mas, por fim, a música termina, nenhum instrumento atropelou o outro e ficava aquela sensação de sobrevivência, de descoberta, de iluminação. Era incrível como havia tantos instrumentos, e mais incrível ainda era escutar que, mesmo um competindo com outro, não havia perdas, apenas ganhos, quando têm um juiz à altura. A música das batalhas.

O elevador pára (plim!) e abre as portas. Everton percebe que está dentro de um ônibus, parado num engarrafamento. Olha ao redor. Era o ônibus que pegava quando voltava do trabalho. Lembrava daquele trânsito, daquele inverno que vivia para chegar em casa. Lembrava-se que ficava estressado com tudo aquilo, mas agora, escutando as buzinas, os motores, gente xingando... não, havia muita desarmonia ali, muita poluição sonora. Sua cabeça já estava doendo e uma dor cutucava seu peito. Não sentia isso quando voltava para casa, aquilo ali era devido a barulho, aquilo era um mal. A música do caos.

Começou a bater contra a porta do ônibus e saiu numa rua vazia. Onde estava agora não sabia, mas viu um táxi vindo em sua direção. Fez sinal para que parasse e embarcou no veículo. Nada disse ao motorista e este nada perguntou, ia apenas guiando e mudando as estações de rádio, dizendo o que estava tocando. Jazz. MPB. Blues. Rock nacional, internacional. Valsa. Samba. Pagode. Sertanejo. Ópera. A música das pessoas.

Everton desceu do táxi e olhou ao redor. Estava no meio de um salão imenso, onde um som contínuo e repetitivo alcançava seus ouvidos. Tecno, dance, eletrônica. Era impossível escutar o que qualquer outra pessoa falava, mesmo se essa pessoa falasse ao pé do seu ouvido. Sons distorcidos e dançantes. O que haveria em outro salão? Saiu e foi espiar. Hip-hop e rap, versos e rimas da vida sofrida. Em outro, sapateado. Notou uma porta num canto, bem escondida, e foi em sua direção, abrindo-a. Sons de beijos, gemidos agudos, respirações ofegantes, esfregar de corpos. A música da juventude.

Continuou caminhando até chegar num salão vazio, mergulhado em um silêncio e escuridão profundos. Toda aquela agitação que tinha feito seu coração acelerar agora ia passando aos poucos, uma tranqüilidade ia tomando conta do seu corpo e logo entendeu o que aquele salão significava: de tantos sons, de tantas músicas que escutou, devia aprender que o silêncio também era um tipo de música, que para apreciar os outros tipos era necessário apreciar àquele, não que um fosse maior que o outro, apenas que um completava o outro. Então uma porta abriu-se, trazendo luz ao salão, e a voz da sua mãe perguntava se tudo estava bem. Era a música da sua infância.

O anjo apareceu novamente e perguntou, movimentando os lábios apenas. Everton sorriu e demorou um pouco para responder:

-Se fosse criança, diria que a música mais linda que ouvi foi à voz da minha mãe. Mas se fosse adolescente, diria que foram os gemidos e beijos da minha primeira namorada. Como adulto, posso dizer que foi o sim da minha esposa quando a pedi em casamento. Agora, idoso, posso dizer que foi sua voz, pois nunca havia escutado nada antes disso. Mas quer saber mesmo? A musica mais linda é a vida mesmo.

E a dor em seu peito sumiu definitivamente.

11/2003

Frases

"Tomo mais de cem pílulas por dia e faço sopa com ninho de passarinho trazido da Tailândia. Tudo isso é para rejuvenescer." Glória Maria

E eu achando que era botox...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A Cortina

(baseado em fatos reais)

—Quanto custa aquilo? –perguntou, apontando para cima.
—Dois e cinqüenta!
—Nossa, que barato! Me vê um!
Que estranho, a maioria acha caro!
—Não, não é esse que eu quero!
—Mas a senhora não quer o pão? Só tem pão aqui em cima!
—Não, quero aquilo ali!
—Aquilo o quê, minha senhora?
—O que ta pendulado aí!
—A cortina?
—É, quanto custa?
—Mas não estamos vendendo esta cortina!
—Ta de amostra, não é? Quanto custa?
—Senhora, essa cortina é da decoração da loja!
—Mas quanto custa?
—A cortina não está à venda, minha senhora!
—Mas ta aí pendurado!
—E aonde a senhora queria que a cortina estivesse?
—Mas quanto custa?
—Senhora, a cortina não está a venda, já estava aí quando cheguei, sei lá quanto custou!
—Então não está a venda?
—Senhora, está escrito loja de cortinas lá fora?
—Mas por quanto você venderia?
—Senhora, a loja não é minha.
—Então chama o dono que quero saber o preço dessa cortina...

Yuna Ito


Isso que é globalização! Filha de pai japonês e mãe coreana e nascida na Califórnia, Yuna Ito estudou no Havaí e hoje é uma cantora no Japão. E ainda é postada num blog no Brasil...

Aparentemente, há uma certa rotatividade dentro do universo J-pop: cantores aparecem, fazem sucesso com alguns singles e depois vão sendo esquecidos. Digo aparentemente porque não acompanho efetivamente esse universo, nem mesmo o universo musical brasileiro.

Porém, se os artistas não ficam, suas obras permanecem. Tem uma música da Yuna Ito que eu gosto é o Mahaloha. Não estamos no Havaí, mas Mahaloha para vocês.



quarta-feira, 23 de julho de 2008

Amarula


Ela abre os olhos e levanta a cabeça. Tudo está silencioso mas nem sempre fora assim. Ela lembrava de um som contínuo e alto e daquela mulher abrindo a porta. Lembrava do barulho de fora e de dentro mas não sabia quando tudo aquilo havia terminado.

Desceu da cama e saiu no corredor, andando bem lentamente, parando na porta da cozinha. Ergueu as orelhas e prestou atenção na penumbra, e então saltou, prendendo, com suas patas dianteiras, uma barata. Mordeu-a três vezes antes de resolver come-la.
Enquanto mastigava, girava sua cabeça pelo cômodo. Aquelas pessoas ficavam ali, naquela caixa quente ou naquele canto que saía água, e também ao redor da mesa, comendo coisas cheirosas. Nisso baixou o olhar para um prato azul no chão. Havia sempre comida ali, era o tempo do sossego. Houve o tempo da aventura, quando rasgava sacos de lixo procurando comida, depois veio o tempo do sossego e agora vivia o tempo da caça. Caçava ratos, pombos, gatos. E baratas, como uma que estava parada numa placa na parede, escrito “Amarula”. Era como aquelas pessoas a chamavam, um nome que nunca mais ouviria.

Saiu da cozinha e parou. À esquerda viu o corredor por onde viera e a sua frente, a sala. Caminhou até a estante e cheirou os panos e um saco preto num canto. Cochilava às vezes ali. Sentou-se e olhou para o sofá. Lembrava-se de pessoas deitadas, vendo aquela caixa de luzes, gritando, falando, namorando.

Levantou-se e foi até a escada. Quase sempre ela recebia as pessoas ali, toda feliz, distribuindo alegria. Agora, olhando escada abaixo, não tinha ninguém a quem receber. Não tinha a quem dar alegria.

Amarula desceu a escada, que formava um “L”, mordeu uma coleira jogada num canto e saiu na calçada. Começou a seguir o trajeto que lembrava, fazia suas necessidades nos pontos em que se acostumara e voltava para casa, nunca encontrando uma pessoa nas ruas. Largava a coleira no mesmo canto e parava no topo da escada, levantando as orelhas e cheirando o chão na esperança deles terem voltado. Seguiu pelo corredor e olhava em cada porta: ninguém na primeira à direita, nada no banheiro e um vazio na segunda à direita. Na frente desta, o quarto onde costumava dormir, onde seus filhotes brincavam e seu companheiro cochilava.

Ela continuou e saiu na varanda, sentando-se e observando a cidade. Pássaros, cães, gatos, bichos em geral. Nada do som das pessoas. Deitou-se e colocou a cabeça sobre as patas cruzadas, os olhos de ressaca indo de um lado para outro. Era independente, tinha um companheiro, tinha seus filhotes. Mas faltavam os amigos. Faltavam aquelas pessoas da casa, aquelas pessoas que não eram da casa. E fechou os olhos e adormeceu.

A mulher abriu a porta do quarto. Ela ainda estava lá! Amarula saiu no corredor atrás dela e diminuiu a marcha ao chegar na sala. Havia alguém dormindo no sofá. Ela não teve dúvidas, foi em sua direção e tentou lamber o rosto do visitante, mas este a manteve afastada com uma das mãos. É sempre difícil dar alegria às pessoas, Amarula sabia, mas uma hora elas aceitavam. De tanto oferecermos carinho, um dia o carinho retorna para gente.

Nem que fosse preciso acordar o visitante todos os dias daquele jeito...

13/07/03

A Lei Seca

Uns são contra, outros são a favor. Cada um tem seu motivo, cada um tem sua razão. Em que lado você está?

Outro dia ouvi uma pessoa dizer que essa lei vai contra o direito que as pessoas têm para beber. Porém, a lei não proíbe a pessoa de beber, e sim de dirigir bêbadas. Também já ouvi falar que essa lei é só porque o governo não está dando conta com os acidentados e ao invés de investir nesta área, atacam as razões dos grandes números de feridos.

Independente disso tudo, beber demais e dirigir é realmente um ato que deve ser punido. Hoje você pode ser até a favor de cada um beber o que quiser e dirigir, desde que ciente que está com os movimentos um pouco lentos. Mas e se você perder alguém querido por causa de outra pessoa que bebeu e não estava nem aí em dirigir com cuidado? E se você mesmo perder sua vida porque outra pessoa bebeu e foi dirigir?

Sem defender bandeira política alguma, as tais leis do Kassab, populistas ou não, trazem à tona muitos sentimentos egoístas das pessoas. A lei da cidade limpa, por exemplo. Tirou emprego das pessoas que faziam faixas, ok. Mas será que encher a cidade de faixas é um emprego que deve existir? Ainda existem alguns restos de faixas pendurado perto dos postes lá em casa porque a pessoa que colocou nem cogitou em retirar. Aliás, isso é algo que ninguém cogita em retirar, seja o fabricante, seja o anunciante.

A lei seca mostra seus números, com diminuição do número de atendimentos a acidentados no trânsito, porém não mostra os números em relação à diminuição do comércio de bebidas. Qual foi o prejuízo que os bares sofreram com a nova lei? Qual foi a queda no movimento? Qual foi o crescimento no uso de taxis? Afinal, quem está perdendo e quem está ganhando com essas leis?

Infelizmente, muitas coisas neste país ainda só funcionam a base da multa. O uso de cinto de segurança, que é ensinado desde que somos crianças, só passou a virar um costume quando o ato passou a ser passível de multa. Talvez o ato de beber e não dirigir também. E, se os políticos resolverem, vai ser possível fumar somente na rua, desde que longe de aglomerações de pessoas.

Ainda bem que tenho bebidas na geladeira.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Gomes


Gomes era um viciado. Um viciado em leitura. Gostava de ler de tudo: romances, poesias, críticas, biografias, teses, bulas de remédios. Gostava de escrever para os escritores, exigindo novas obras, novas situações. Quando achava que certo autor estava sendo repetitivo não deixava barato, cobrava alterações, cobrava novidades. Não que fosse um ótimo crítico, muito menos um entendedor da área. Era apenas um modo de tentar entrar nas histórias que lia.

Gomes era taxista. Também tinha milhares de histórias para contar, só não sabia como coloca-las no papel. E também porque tinha preguiça. Mas o que isso importa agora? Gomes conhecia muitas pessoas, conhecia muitas vidas das quais participou apenas durante alguns minutos, servindo de transporte de um cenário para outro. Nunca, nunca era a peça chave do trama. Até mesmo em sua vida parecia ser um personagem secundário. Como podia isso, meu deus? Ô, menino, você está acabando comigo! Era o que costuma dizer para o vento.

Gomes taxista e leitor viciado. Talvez esta história deveria terminar por aqui, até mesmo porque existe modos e modos de querer entrar em uma história. Mas Gomes teve seu destino cruzado com um personagem obscuro, que pagou por uma corrida até o aeroporto e esqueceu (esqueceu mesmo?) um esboço de um livro no banco de trás do táxi. É claro, Gomes iria deixar o esboço do livro na sede da empresa, deixaria ali juntamente com os milhares de outros objetos esquecidos pelos passageiros, mas, puxa, era um esboço de um livro! Não havia sido publicado, talvez ele, sim, ele, pudesse fazer algumas alterações, pudesse fazer algumas críticas, poderia conversar pessoalmente com o escritor, talvez, meu deus, talvez até participar como personagem principal em algum outro livro!

Seria apenas por aquela noite. Gomes levou o esboço para casa, iria ler, iria escrever alguns comentários, depois deixaria na sede da empresa. Sim, que mal isso faria, apenas uma noite?! Mas a noite se prolongou, e amanheceu, e novamente anoiteceu. O esboço tinha muitas e muitas páginas, histórias entrelaçadas que se uniam e se separavam, uma obra que se dobrava sobre si mesmo e depois se desdobrava sobre as épocas que descreviam. Não haviam anéis, não haviam histórias do sul, não era real nem irreal. Havia coisas que Gomes nunca havia visto, entretanto conseguia fazer alguma idéias do que se tratava. Como podia, parecia uma história adaptada de alguns anos atrás, de milhares de vidas isoladas que, por obra do acaso, acabaram se cruzando. De que terras longínquas haveria nascido ou vivido o escritor, para tantas vidas assim escrever? Seria tudo fruto da sua imaginação? Tantas vidas, cada uma diferente uma da outra, mas todas acabaram se cruzando em algum ponto e toda trama parecia rumar a um fim inesperado. Era uma leitura que precisava de muito fôlego.

Uma semana se passou e Gomes finalmente havia chego ao último capítulo do esboço. Será que ainda haveria surpresas no final, mais ainda do que teve até ali? Não importava, estava perfeito, era o livro que sempre esperou ler, que sempre esperou encontrar. O capítulo final tinha só uma página, não poderia haver mais uma virada de mesa, haveria? Não, a não ser que o autor tenha pensado em outra coisa completamente diferente do que havia escrito até então. Mas o que poderia ser? Talvez um anti clímax, isso fecharia tudo, ou mesmo um lugar comum, o que não era de se esperar depois de tudo que foi escrito. Mas seria isso mesmo?

A campainha tocou e, antes mesmo de Gomes se levantar, a porta se abriu. Era o passageiro que havia esquecido o esboço do livro no táxi. Gomes ficou paralisado, sem saber se era por medo, susto ou mesmo por ter ficado tanto tempo na mesma posição para ler o esboço. O passageiro avançou calmamente, apanhou seu pertence das mãos de Gomes e deu meia volta, mantendo o dedo marcando o capítulo que faltava. Antes de fechar a porta totalmente, o taxista percebeu que o capítulo final havia aumentado mais umas cem páginas, como que por mágica.

Ninguém sabe, mas a última coisa que Gomes pensou antes de sumir foi “ô, menino, só cem páginas?”.

17/04/2004

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dan x Eiji

“Quando morremos, vemos toda nossa vida como se fosse um filme. Como será ver o mesmo filme décadas antes de morrer?”

Dan x Eiji

Dan conhecia Eiji desde os três anos de idade, talvez até antes disso. Moraram perto um do outro até os oito anos, mas não eram amigos. Eram “inimigos”, cada um com sua área. E os confrontos rolavam dentro do ônibus, que primeiro passava na casa do Eiji e depois pela casa do Dan, que subia com o Régis e o Juliano. Sempre “entretavam”, coisa de moleque.

Os anos passaram e os dois faziam parte do mesmo grupo. Até o dia em que, no shopping, o Eiji voltou do banheiro com a blusa de moleton amarrada na cintura e passou a manga molhada na cara do Dan, dizendo que mijou nela. Dan não deve dúvidas de dar uma cusparada na cara como forma de revanche. E a briga rolou, mas sem vencedores, pois o segurança colocou os dois para fora. Ficaram tempos sem se falar. E o pior é que o Eiji havia molhado a manga na pia do banheiro. Coisa de pré-adolescente.

Mas o tempo e o destino a tudo consertam, e os dois voltaram a sair como amigos. Aos 14 anos, foram para uma casa na praia e Dan tinha um beque para fumar. O Eiji, que nunca havia fumado, quis experimentar. Caminhavam para a casa, dia chuvoso, nada de asfalto pelo caminho. Chegaram numa rua e o era barro até o joelho. E, pelo efeito do cigarro, o Eiji começou a viajar, falando que estava em Woodstock (por causa da lama) e cantando uma música do Faith no More, que ele jurava não conhecer. Dan nem lembra o que aconteceu direito, mas o Eiji foi dar um golpe e ambos caíram na lama, e a briga começou. Chegaram na casa de praia completamente sujos e, para variar, não havia chuveiro no local. O resultado foi se lavarem no tanque, do lado de fora da casa.

Dan e Eiji. Companheiros de briga. Cheio dos amigos em comum, como o Punk. O Punk, que foi encontrado, amarrado e morto, no campinho do Jardim Panorama. Punk, a primeira pessoa morta que o Dan viu na vida.

Em algumas amizades rolam brigas. Em outras, rolam mortes.


Setembro/2006

domingo, 20 de julho de 2008

Tofu com Goiabada

(Baseado em fatos reais)

—O que é isso?
—É tofu, queijo de soja.
—Mas é igual queijo?
—Não, é feito de soja.
—É para comer com goiabada?
—Não, minha senhora, come-se geralmente com molho shoyu.
—Molho shoyu é igual molho inglês?
—Não, minha senhora, é diferente.
—Mas posso comer com molho inglês?
—Não sei se fica bom...
—E com goiabada? É queijo, não é? Fica bom com goiabada!
—Minha senhora, é queijo de soja, não é derivado de leite.
—Mas não é para comer com molho inglês?
—Não, com molho shoyu.
—Não é igual?
—Não, já disse que é diferente, minha senhora!
—Mas fica bom?
—Por que não leva e experimenta e me diz depois?
—Com goiabada?
—É, com goiabada, molho inglês...
—Mas fica, não fica? É queijo!
—Ai... fica, fica!
—Ta bom! Só queria saber o que era isso!
—AHHHHHH!!!!!

Fotos em Detalhes


Ikebanas são arranjos florais, montados para mostrar harmonia para o ambiente. Mas, mais que o conjunto, fotografar os detalhes é algo que faço, pois nem sempre temos essa chance no dia a dia.

Quantos detalhes deixamos de perceber ao nosso redor?

sábado, 19 de julho de 2008

Primeiras

Paixões momentâneas,
Corações magoados,
Dores vividas,
Lágrimas derramadas.

A impaciência da espera,
O desejo do amor,
A vontade do primeiro ardor.

Quantas dores,
Quantas dúvidas,
Quantos olhares,
Quantas pessoas...

Impaciência, desejos,
Vontades, choros,
O que fazer?
A quem recorrer?

Primeira vez,
Primeira etapa,
Última vez,
Linha de chegada,
A última dor,
Um sorriso vermelho.
17/03/08
Poucos Poemas, Poucos Momentos

A Lua


Quando você sai de noite e vê aquela lua enorme, bonita, brilhante no céu, vem aquela vontade de congelar aquela cena, congelar aquele momento para transmitir para alguém. Aí você pega a sua câmera digital, foca e... quem diminui a Lua?

Na própria tela da câmera digital, a Lua aparece diminuta em relação ao que vêmos. Por que isso acontece?

Primeiro: o tamanho da Lua é uma ilusão de ótica, causada dentro do globo ocular. Pelo menos essa foi a última versão que conheci. Independente disso, como podemos tirar aquela fotografia da Lua grande como queremos?

Será que é só com uma câmera profissional que conseguimos isso? A foto acima eu tirei quando estava na Liberdade, durante o Tanabata, mas foi durante o dia. Durante a noite, o brilho da Lua é maior e o foco não é fixado, borrando demais a imagem. Creio que um tripé inicialmente é o que precisamos para não tremer a imagem. Mas como evitar uma foto borrada devido ao brilho?

Alguém poderia me responder?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Há Quanto Tempo?

Um coração à procura de amor,
Um amor à procura de paixão,
Dias vagando em meio à escuridão.

Risos disfarçando a dor,
Brincadeiras para esquecer,
Lágrimas no final da noite.

Há quanto tempo tudo isso acontece?
Há quanto tempo estou vivendo isto?

Parece uma eternidade,
A lentidão dos dias em que choramos,
A rapidez de nossa juventude desaparecendo...

Um coração à procura de amor,
Um riso simples, um encontro ideal,
Uma conquista com palavras,
Um peito inflando em chamas.

Há quanto tempo tudo isso acontece?
Há quanto tempo estamos sentindo isto?

De repente uma saudade surge em nosso peito,
Não podemos ficar sem nos falar,
Precisamos nos encontrar,
Precisamos nos tocar.

Um abraço,
Um beijo.

Há quanto tempo tudo isso acontece?
Há quanto tempo estamos vivendo isto?

Isso não importa,
O que importa é que você está aqui.

Um riso, um olhar, um beijo,
Simples e complicado,
Precisamos um do outro.

Há quanto tempo tudo isso acontece?
Há quanto tempo estamos sentindo
Este amor...

17/03/08
Poucos poemas, Poucos Momentos

Nihongo 1

Nihongo!!!! ^_^ Uma frase e muito vocabulário...

Hajimemashite dôozo yoroshiku. (prazer em conhecê-lo).

Hajimemashite, Alexandre desu. Dôozo yoroshiku. (Prazer em conhecer, sou Alexandre).

Nacionalidades:

Amêrika-jin (americano)
Buradiru-jin (brasileiro)
Doitsu-jin (alemão)
Furans-jin (francês)
Nihon-jin (japonês)

Nihon = Japão em japonês;
Go = língua;
Nihongo = língua Japonesa;
Portugarogo = língua Poartuguesa;

Pornogo = nihongo com portugarogo = Português com Japonês (essa foi uma tirada da Mayumi... ^_^ )

Ônibus Errado

Quando você precisa chegar a um lugar e tudo que tem é o nome desse destino, o que fazer? Procurar, claro. Mas não sem ter um critério, uma metodologia, uma investigação. Ou para ser mais fácil, ter boca (e poder chegar até Roma).

Você sempre irá perguntar para os transeuntes se eles conhecem tal lugar, ou pelo menos indicar alguém que conheça como se chega a pessoas que devam conhecer como se chega nesse destino. Se estiver de ônibus então, mais fácil ainda, porque é só perguntar ao motorista ou cobrador se o veículo passa por aquele lugar, pedir o favor de avisarem em qual ponto descer e pronto, nenhum grande trabalho para se chegar.

Claro que existem os grandes perdidos...

Outro dia, no ônibus, um rapaz perguntou ao motorista se ele passava pela faculdade X. Mas há muitas faculdades X na cidade, qual era a que o rapar queria chegar? Fácil, era aquela que ficava perto de uma ladeira inclinada (sic).

Mesmo dizendo que havia muitas faculdades X e que, ainda que passasse por uma distante, não sabia se haiva uma ladeira ali perto. Porém o rapaz subiu no ônibus, afirmando para o motorista para quem ele acabara de perguntar que ele ia passar sim pela faculdade X que ele desejava.

Como ele conhecia o trajeto do ônibus se nem sabia onde era a faculdade X, isso é um grande mistério. Mas aparentemente estaria tudo bem se ele não tivesse pedido ao cobrador que o avisasse quando estivessem perto da faculdade X.

Mas qual é essa faculdade X? O cobrador também desconhecia. Ora, era a que ficava perto de uma ladeira inclinada. Mas onde era isso? O rapaz não sabia responder, mas não se deixou abater e foi direto para o fundão do ônibus.

Outros passageiros subiam no coletivo, e um deles pediu ao cobrador avisar quando chegasse no ponto y. E não é que o rapaz se levanta do fundo e pede ao cobrador para avisar quando chegasse perto do ponto da faculdade X??!!! Claro que o cobrador respondeu isso, porque ele REALMENTE não sabia onde era essa faculdade.

No final o rapaz desceu em algum ponto qualquer.

Provavelmente longe da faculdade X.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Barra de Vídeo - Tarantino´s mind

Curta metragem com Selton Mello e Seu Jorge, discutindo o "código" criado por Tarantino em seus filmes. De modo inteligente, curioso, entrecortado por tiradas bem boladas e legendado em inglês, já foi feito até uma versão em espanhol, claro, indicando a fonte brasileira.


Bom proveito.


Alguém tem visto o Palito?

Crises no Trabalho

Trabalho: se você tem um, pelo menos alguma reclamação dele você tem. Reformulação da organização, agilizar os processos, aumentar a influência das idéias individuais, melhorar o vale refeição, trocar o café em pó que está há anos na cozinha.


Não, não é apenas o seu emprego que tem problemas. Independente de onde você esteja trabalhando, os problemas quase sempre são os mesmos, e, acreditem, a dificuldade de superá-los também quase sempre esbarra nos mesmos obstáculos.


Isso não significa que não adianta desistir do que você faz, de parar de procurar outras possibilidades. A palavra chave em que quero chegar é o tesão. Tesão pelo serviço. O que isso quer dizer?


Não digo que você deve amar de paixão o seu trabalho, mas sim fazer com paixão o seu trabalho. E se o tesão pelo serviço acabou, como poder fazer isso? Como ter ânimo para continuar? Não, isso já é mais difícil.


Hoje conversei com pessoas do meu serviço, e muitas delas estão, literalmente, de saco cheio do trabalho. Não por causa dos excessos, e sim pela própria organização, que busca, de forma acelerada, atingir metas aparentemente possíveis, mas que nem mesmo as pessoas dentro da contabilidade sabem como alcançar.


A pressão gera estresse, o estresse gera mal estar, o mal estar acaba causando irritação e brigas internas. E, acima de tudo, todos devem mostrar trabalho em equipe. Como juntar tudo isso?


Vamos por parte...


1) Relacionamento entre equipe: essencial para que o trabalho caminhe, o trabalho em equipe não apenas ajuda no serviço como melhora nossa relação com a empresa. Saber que pode confiar no colega ao seu lado, ter apoio quando necessita e críticas construtivas quando erra é algo que em muito fortalece os laços, sejam profissionais, sejam pessoais. O objetivo da equipe é o resultado coletivo, não individual. Alcançando o objetivo coletivo, todos crescem.


2) Relacionamento com a empresa: em que posição da empresa você se encontra? O que ela te oferece, e o que você oferece em troca? Posicionando-se deste modo, é possível enxerga o que a empresa planeja para sua carreira ou se é apenas mais um empregado dentro da organização. Além disso tudo, a empresa é transparente com você?


3) Relacinamento com seu chefe: o que ele quer de você, seu couro ou seu trabalho profissional? O seu chefe sabe que, de uma forma ou de outra, você é o futuro concorrente, ou um futuro parceiro, ou mesmo um futuro chefe. O relacionamento com o chefe é necessário para poder aparecer para a empresa, para mostrar seus serviços, para mostrar suas qualidades. Ele pode se apresentar como um obstáculo, apropriando-se dos seus serviços e jogando os problemas em suas costas. Se isso acontecer, nada de ser agressivo, jogando na cara dele tudo isso. O melhor é ser tático, educado e seguir uma linha de pensamento de fácil entendimento. Se tem alguma sugestão para melhorar e seu chefe não aceita mudanças, converse, questione, discuta, não só com seu chefe como também para outros membros de influência. Se observa que suas qualidades estão sendo "roubadas", pergunte a si mesmo o que aconteceria se não estivesse ali. Será que ele conseguiria alcançar aquele ponto sem você, ou com algum outro membro, sem desmerecer a qualidade dos outros? Independente disso, nunca perca a razão.


4) Relacionamento com os clientes: eles são a razão de sua vida, seu objetivo, a fonte de seu salário. Tratá-los bem é uma obrigação, sim, mas até que ponto? Se você oferece um serviço A para seu cliente, e este quer um serviço A mais B pelo mesmo preço, você se compremete a fazer? Talvez sim, para conquistar o cliente. Mas e se, além de A e B ele também quiser o serviço C? É preciso argumentar não só com seu cliente mas também com o departamento comercial sobre os serviços que ele quer e o que você pode oferecer. Algumas coisas podem sair mais caro do que parecem.


5) Relacionameto com a família: sim, com a família. As chances de stress é maior dependendo de como é seu relacionamento com sua família. Se não há com quem conversar quando volta para casa, como descarregar as mágoas daquela reunião da tarde, aquela discussão naquela manhã, aquele trânsito na volta para casa? O que fazer se não há ninguém para te escutar, te dar forças e conselhos?


6) Relacionamento religioso: ter uma religião específica não é o ponto deste post. A questão é acreditar em algo, em ter algo em que possa refletir quando tiver um tempo vago. Sentar em uma capela silenciosa, meditar, pensar em nada. Paz de espírito.


Todo trabalho tem seus problemas. Todo profissional tem o que reclamar e elogiar da sua organização.


Você trabalha para a empresa em que está crescer ou você trabalha para crescer na empresa em que está?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Memórias

Algumas vezes você começa a arrumar suas coisas e encontra diversos objetos que te levam para o passado, para lembranças, para alegrias, para tristezas. Algumas vezes, nessa arrumação, jogamos no limbo do esquecimento todas essas coisas, ou para não lembrarmos ou somente porque aquilo não significa mais nada.


Hoje não temos só lembranças materiais. Temos também as virtuais. Quantos emails trocados com aquela pessoa amada ainda estão em sua caixa de correio? Quantas torpedos sentimentais ainda estão arquivadas na memória do seu celular? E o que dizer das fotos digitais, fotos de lugares que você nem se lembra de onde é, ou de pessoas que você nem lembra o nome? E é sobre estes tipos de arquivos que quero falar hoje.


Eu escrevo do meu notebook. Logo, não tenho muito espaço no disco virtual para guardar coisas. Fotos e vídeos, eu guardo num hardware externo quase que excluviso para isso. Logo, os demais arquivos, se não forem necessários, podem ser deletados. Mas você é organizado para saber o que deve e o que não deve ser deletado? Você não têm aquela pasta que, devido ao seu dia a dia, não costuma acessar? Ou acessa muitas vezes, mas sempre utiliza um ou outro arquivo, deixando vários outros "de enfeite"? Eu não sou tão organizado, mas faço o possível. E, hoje, passeando pela minha pasta Meus documentos, pensando no que escrever, encontrei alguns arquivos .doc.


Na época desse arquivo eu estava passando por problemas sentimentais com relação a minha ex e não tinha muito com quem conversar a respeito. Seguindo um velho costume meu, resolvi escrever para ver se melhorava. Claro, como tinha muitas coisas acumuladas dentro do peito, escrever rapidamente no papel não ia dar certo, então resolvi escrever no computador mesmo.


Foram apenas dois textos, pequenos, de alguns parágrafos, que escrevi. Como eu estava me sentindo, como estava lidando com as reações da minha ex. Dúvidas como "por que ela age assim se diz que gosta de mim", ou "por que ela disse que não quer nada se diz que quer". Poderia ser manha, poderia ser apenas charme, mas será que as mulheres mantém a manha durante tanto tempo assim?


Enfim, tudo isso já faz quase um ano e não é o assunto deste post. Eu abri esse documento hoje, li, lembrei o que estava passando na época, o que estava sentindo. Mas hoje... que sentido ele faz? Nenhum. Não é algo que eu queria deixar guardado, como prova do que eu passei, como prova para um dia mostrar para minha ex e dizer "eu me senti assim". Não. É preciso olhar e seguir adiante, ficar forte com o que passou e não cometer os erros do passado. Tentar sempre melhorar mais e mais.


Você já fez uma limpeza no seu computador? Muitos arquivos podem tornar seu sistema lento, com pouco aproveitamento, gastar mais energia. Da mesma forma, os arquivos reais também ocupam espaço em sua vida. Alguns dão um upgrade interessante. Outros, são verdadeiros chamarizes de vírus.


Você já fez uma boa limpeza na sua vida em geral?

terça-feira, 15 de julho de 2008

First Post

Hi, everyone!

This is my first post in my new blog. Why a new blog? Well, I was thinking about what to do with a lot of things, about a lot of pictures, about my mind. The another blog, Entre Imagens, will be walking by itself. I just have to find time to write... oh my... I always find a big trouble to do something...

And why am I writing in English? Maybe just to pratice, maybe just to be crazy, maybe just to make it in an international blog... don´t care about it. I´ll try to write in another language too.
Ape do Ale means Ale´s apartment. Here is a dark, cold and small place. The TV room is inside my bedroom. Inside my bedroom is my kitchen. Inside my kitchen is my TV room. Strange? Welcome to my apartament. Welcome to ApeDoAle.

Hum... ape means another thing in English, like Ape´s world. Well, forget it!