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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Heranças...

Estou (re)lendo o livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, e parei agora num trecho a respeito da divisão da herança do pai do personagem principal, perdendo-me em pensamentos a respeito disso: herança.

Quantas famílias se dividiram por causa de uma gorda herança? Quantas ficaram brigadas por causa de um imóvel, uma propriedade? Algumas vezes penso nisso porque não é algo comum do meu viver passar por isso.

Quando minha avó faleceu em 2007, e depois meu pai em 2010, a única disposição de herança que participei foi a do meu pai, que incluía alguns imóveis e valores de alugueis. Mas tanto os imóveis quanto os aluguéis são administrados pelo meu irmão mais velho e pela minha mãe. Minha irmã e eu sequer nos envolvemos com essas coisas. 

Aliás, são itens que sequer nos interessamos em acessar, pelo menos por minha parte. 

Saí do meu emprego em 2013 e desde então tenho usado meu "pé de meia" que fiz desde que entrei na construção civil para custear tudo em São Paulo, como moradia, alimentação e estudos. Nesse meio tempo ainda casei, viajei para o Uruguai e outros lugares no Brasil, minha esposa pagando uma parte dos custos, mas eu bancando uma parte um pouco mais "gorda". E só agora em 2015, com os custos da compra da casa nova, é que meu "pé de meia" tá minguando... ainda bem que passei em concurso e começo a trabalhar ainda neste ano.

Enfim, todo esse período em que fiquei apenas estudando (vale alguns bicos tirando fotos), nunca pensei nem foi minha intenção exigir parte nos aluguéis dos imóveis deixados pelo meu pai. A renda, é certo, não era dos melhores, mas já ajudava bastante para quem só estudava, mas não era realmente do meu intuito tê-la, nem ontem, nem hoje. Amanhã não digo nada, mas é muito provável que não, porque, bem como minha esposa, gostamos de nos virar com o que temos e como podemos.

Por isso que sempre via essas histórias de brigas por herança como coisa distante, de novela ou livros. Mas não, é uma coisa bem próxima...

O marido de uma das minhas cunhadas passou por isso, e coisa recente. Aliás, até mesmo uma das cunhadas já conversa a respeito do que será feito do terreno da minha sogra quando ela vier a falecer. Por sorte que minha esposa não quer fazer parte disso, nem meu cunhado se intromete nos assuntos da minha família, por mais que participe dela. 

Hoje realmente não sei o que deixarei para meus filhos. Casa? Rendas de aluguel? Minhas lembranças? Não sei mesmo o que deixarei...

Certeza que os meus livros, que já andei fazendo uma triagem, ficarão comigo por um bom tempo, alguns deverão ser repassados para meus netos, ou bisnetos (acho que eu não chegarei a viver até lá para vê-los). 

Penso em minhas fotos. O que serão feitos delas? Ficarão perdidos nos arquivos virtuais, onde as pessoas ali presentes logo serão esquecidas pelo tempo? Devo imprimir as melhores? Se imprimir, qual será o destino delas no futuro? Ficarão em uma feira de antiguidade?

Pensamentos que me levam a pensar em outro post, algum outro momento, alguma outra data. Às vezes precisamos conversar "escrevendo" com outras pessoas, porque as ideias fluem com mais rapidez em determinadas horas e correm ligeiros entre os dedos... 

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