Em seu artigo de ontem, Gilberto Dimenstein, da Folha, falou sobre a redução de números de crianças e adolescentes no Brasil. E, no fim, aponta os problemas relativos ao atraso social, ensino público e despreparo de tantas outras áreas sociais. Ao mesmo tempo, na rádio Bandeirantes, a locutora informa sobre o aumento de crimes cometidos por menores de idade, justamente por se beneficiarem por este fato e não poderem ser presos como se fossem adultos.
Se o número de crianças e adolescentes no país decresce, ao mesmo tempo que o número de crimes cometidos por menores aumenta, o que será que os números podem dizer?
Qualquer pesquisa pode apresentar dados e conclusões de acordo com o desejo do pesquisador. Ele pode guiar os dados para que o resultado seja o que ele deseja, sem estar assim alterando a verdade dos fatos. Ou mesmo pode-se apresentar os dados e chegar a uma conclusão, deixando de lado muitos outros resultados que poderiam ser de interesse ao público ou, no caso, ao governo.
Atualmente recebemos muitas informações por todos os tipos de meios, impressos, digitais, falados, imagens. Ela pode ser apresentada de uma forma crua, o que é mais difícil de encontrar, ou digerida, que é aquela que você encontra por todo canto. Se alguma notícia chamar sua atenção, lembre-se que ela está sendo apresentada com a visão do jornalista. Talvez não seja somente essa visão que você esteja procurando.
Em tempo: se o número de crianças e adolescentes está diminuindo, podemos até concluir que haverá mais adultos para cuidar delas, mas se for para "cuidar" fazendo-as trabalhar como criminosos, passamos para outra questão, que é a redução da idade penal. Algumas coisas parecem simples, mas envolvem muitos outros fatores que são mais complicados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário