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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Transistor

Quem disse que não dá para misturar poesia com engenharia???

Transistor

Nos idos de quarenta, o transistor,
O germânio era o semicondutor,
Apresentava limitações,
Qual era a salvação?

Faixa proibida de energia
Era muito reduzida,
Corrente de junção,
Elevada,
E temperatura de operação,
A máxima era baixa!
Tecnologia planar de fabricação,
Isso ficava emperrado, por que razão?
Porque era preciso
Óxido de germânio
Para proteger e isolar
Mas era difícil obter,
Quanto mais para fabricar!

Que tal o silício como semicondutor
Para fabricar o tal de transistor,
Perguntou um moço ao senhor
Que pensou por um momento
E então falou:
"Essa idéia é sabida,
De 1,2eV é a faixa de energia proibida!
Corrente de junção: é menor!
Temperatura máxima de operação: é melhor!
Oxidável termicamente,
Já posso proteger e isolar
E a tecnologia planar
Eu posso estudar!"
Radiante, o senhor pulava,
E continuava a falar:
"Posso fabricar
Dispositivos e CIs,
Em abundância há esse Si,
Custo menor eu vou garantir!"

E o moço perguntou
Do astato de gálio
E achando-se esperto
Quis do senhor
Fazer de otário.
"Maior mobilidade eletrônica,
Maior resistividade do material,
Menor capacitância parasitária fica,
Eu sou o maioral!
Sem esquecer da estrutura de bandas,
É ótimo para a optoeletrônica!"
E o senhor, todo sério,
Falou sua idade
E perguntou ao moço
Sobre condutividade
E sobre fragilidade,
Custo e tecnologia planar
Para esse dispositivo fabricar.
E o moço não soube responder
Que o astato de gálio
Oxidado termicamente não pode ser,
Que menor era a condutividade térmica
E, por que não dizer?
Quebraria com toda certeza
Se não fosse manipulado com leveza.
E o mais importante para o momento,
O fato que o moço esqueceu
Devido ao seu pouco envolvimento
Com o mercado em movimento
Foi o custo superior
Ao esperado para um transistor.

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