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sábado, 20 de junho de 2009

Poemas do Apê - Um, dois, mil passos...

Um, dois, mil passos...

Um, dois, mil passos.
Casos, falsos,
Falsos, ratos
Nos matos
Do asfalto.
Poder, poder,
Muito poder
E podridão.
A figura desgastada
Do homem de estranho sotaque,
Sotaque não estrangeiro,
Sotaque não brasileiro,
Sotaque cara de pau mesmo.
O quanto que construiu
Vale o tanto que destruiu?
As possibilidades, os prejudicados,
Quantos realmente foram atingidos
Sem notarem o assalto que levaram?
Um mega esquema, todos conheciam,
Por que só agora discutem?
Quem garante que quem investiga
Não esteja no meio da balbúrdia?
É prefeito na lama em projetos inviáveis,
Vereadores que correm para mostrarem-se ao lado do povo,
Oportunistas de olho nas eleições
E quem está no meio procura se defender
E se esconder
Para sua cara ser logo esquecida pelo povo.
Quanto trabalho! O povo não tem memória
Se até votar em quem eles expulsaram
O fazem!

Um, dois, mil passos,
Passos falsos.
Não são políticos, são também bandidos,
Traficantes, milionários e gente do alto escalão,
Tudo, na verdade, um monte de ladrão.
É estranho, devo dizer, como alguém pode receber
Tanto apoio depois de tudo isso e dizer
Que são os outros que o querem derrubar.
É claro, a imprensa está no meio,
Fazendo plim-plim em cada favor oferecido,
Falando mais das roupas sujas do vizinho,
Desviando a atenção para aquela notícia fenomenal
Que cães em Londres já tomam xenical
E dançam tango num pedestal
Só para fechar com mais um sorriso
Mais uma edição do Jornal Nacional.

E nós aceitamos. Até quando?

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